Programa do Festival

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Palavras de Murilo Mendes

É muito difícil esconder o amor


A poesia sopra onde quer.
 
 
 
Reflexão n°.1


Ninguém sonha duas vezes o mesmo sonho

Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio

Nem ama duas vezes a mesma mulher.

Deus de onde tudo deriva

E a circulação e o movimento infinito.


Ainda não estamos habituados com o mundo

Nascer é muito comprido.




O utopista

Ele acredita que o chão é duro

Que todos os homens estão presos

Que há limites para a poesia

Que não há sorrisos nas crianças

Nem amor nas mulheres

Que só de pão vive o homem

Que não há um outro mundo.



Exergo


Lacerado pelas palavras-bacantes

Visíveis tácteis audíveis

Orfeu

Impede mesmo assim sua diáspora

Mantendo-lhes o nervo & a ságoma.

Orfeu Orftu Orfele

Orfnós Orfvós Orfeles

In: Convergência. São Paulo, Duas Cidades, 1970.










A palavra nasce-me


fere-me

mata-me

coisa-me

ressuscita-me.

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Festival da Palavra - parceria UNESP Assis e Poiesis