Alegria de ser
Ser sempre tão simples
Como o sonho livre
Da infância.
Ser tão grato à vida
Como o dom, gratuito,
Do canto.
Ser um eco puro
Do valor arcano
Da vida.
Ser, tão simplesmente,
Como o vôo livre
Dos pássaros...
Antônio Lázaro de Almeida Prado
ÍNTEGRO
E nós
suspensos
Entre a cebola e o arco-íris;
E nós
prensados
Entre a batata e a rosa;
E nós
pendentes
Entre o amargor e o sonho
Entre o açafrão e a lua;
E nós
sofridos
Entre a chegada e a ida
Entre o arrebol e a noite
Miramos
Desde a longínqua ilha
O continente íntegro.
Antônio Lázaro de Almeida Prado
DEIXA FLUIR TEU CANTO...
Deixa fluir teu canto, livremente,
Deixa brotar a lágrima, espontânea,
O sonho é antevéspera da aurora,
Que sempre é puro dom, oferta pura.
Deixa afluir em ti a tua infância
Presente e atuante e promissora...
O tempo não cancela o olho d’água
De que procede o imenso rio da vida.
Deixa que a voz, liberta das amarras,
Entoe um canto simples, despojado,
Que imite o puro som do enamorado,
E seja, como o vento, sem medidas.
Deixa a vida pulsar, sem freio ou diques,
Qual puro balbuciar de uma criança.
Deixa que a vida te conduza sempre
Qual faz o vento à imponderável pluma...
Assis, 27 de junho de 2007
Antônio Lázaro de Almeida Prado
O DOM DA ALEGRIA
Assim como da aurora nasce o dia,
Assim como da flor brota perfume,
Assim, meu doce amor, toda alegria
Em ti se reinventa e se resume.
Vem de ti, como certo se presume,
O prazer de viver, que se irradia
Em fluxos de calor como de um lume
Que, aceso, dá vigor à melodia.
Desta se tece a chama de meu verso
Herdeiro do calor que se renova
Como a face feliz do universo.
Assim de ti provém a sempre nova
Nascente de alegria, em que, submerso,
Renasço, superior a toda prova.
OUSADIA
Ousa o sonho
Alça o vôo
Olha as estrelas
Sopra forte
Sobe o tom
Rompe as amarras.
Acrescenta
Ambição
Aos teus projetos.
Ousa mais,
Incapaz
De andar rasteiro.
Sobe mais
Que és capaz
De alto vôo...
Antônio Lázaro de Almeida Prado
POEMA: EVA
Do osso de meus ossos
Liquefeito
Da carne de meu ser
Compendiado
Vênus de carne e osso
(Ah! Botticelli…)
Meu poema procede
Do núcleo de meu sono
Retirado
Do cerne de meu sonho
Recolhido
Forma, precioso parto
Adâmico...
E fui pai e fui filho
Em gênese
E gerei a que gera,
Construída
Do sopro de meus sopro
Do osso de meus ossos
Da luz de meu viver:
Poesia...
http://ciclodaschamas.blogspot.com/
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